A fórmula da Independência Financeira

Boa noite!

Hoje vou discorrer um pouco sobre independência financeira e como, em tese, alcançá-la. Mas primeiro, precisamos definir brevemente alguns conceitos financeiros.

O dinheiro pode ser definido como o material ou instrumento que se troca por algum bem, coisa ou serviço. É através dele que se valora quase tudo o que existe na sociedade, com exceção de alguns direitos da personalidade, que são indisponíveis, como por exemplo, o direito à vida e o direito à busca da felicidade e coisas intangíveis como amor, amizade, etc. 

O acumulo de dinheiro em ativos que geram mais dinheiro é chamado de patrimônio.

O trabalho é a forma como é adquirido o dinheiro. A pessoa fornece mão de obra ou disposição do tempo em troca de dinheiro, que permitirá por conseguinte que troque por coisas que precisa ou deseja. 

Claro, existem outras formas de adquirir dinheiro, mas estas não dependem de mérito e sim de sorte, como, por exemplo, receber uma herança, mas foquemos aqui no que é possível a todos.

Pois bem, até aqui nenhum segredo, simplifiquei ao máximo porque são conceitos que todos sabemos.

Agora entro no conceito de Independência Financeira, a menina dos olhos, o santo graal da comunidade FIRE.

A Independência Financeira (Liberdade Financeira ou aposentadoria) acontece quando o patrimônio da pessoa é suficiente para que, caso ela pare de trabalhar, ainda assim consiga pagar todas as contas pro resto da vida. 

Digamos que uma pessoa resolva se "aposentar" para nunca mais trabalhar na vida aos 40 anos e tenha um gasto médio mensal de 1000 reais. Estimando que ela viva até os 100 anos (mais 60), tendo todo o patrimônio na poupança e desconsiderando a inflação e a rentabilidade do período, ela precisaria de um patrimônio de 720.000 reais.

Esta conta, apesar de extremamente simplista, nos permite ter noção do que é ser independente financeiramente. Ou, ao menos, do que seja o conceito de "fuck you money", ou seja, de simplesmente dizer tchau ao trabalho atual e depois decidir QUANDO, NO QUE, e SE volta a trabalhar outra vez. 

Claro que depois precisaríamos inserir diversas variáveis, como renda passiva, rendimento da carteira, reserva de emergência e todos os demais conceitos que deixam a independência financeira quase que imprevisível, mas não impossível, principalmente em um país de instabilidade política e econômica como o Brasil. Só podemos tentar fazer estes fatores trabalharem a nosso favor.

Em resumo, a fórmula da independência financeira é trabalhar para ganhar dinheiro, guardar parte deste dinheiro e comprar ativos que gerem renda e crescimento do patrimônio. Assim, esta renda e patrimônio podem suprir a renda vinda do trabalho e você pode parar de trabalhar se quiser para se dedicar a atividades que não gerem renda ou que gerem gastos mas que lhe sejam prazerosas, como viagens, games, paternidade/maternidade, jardinagem e gastronomia, por exemplo. 

Na teoria é simples, mas na prática nem tanto. Afinal de contas, estamos falando de anos e anos de dinheiro que pode nunca ser usufruído um dia, pois nunca sabemos o dia de amanhã. É requerida a disciplina do eu presente que guarda parte do que ganha para o eu futuro. 

Um número que eu gosto é aportar 40% do que ganho no ano e gastar os outros 60%. 

Portanto, a cada mil reais que ganhar da renda do seu trabalho, gaste 600 e guarde 400 para comprar ativos para crescer seu patrimônio. Faça isso por 10, 20, 30 anos. E, por fim, Alcance a IF.

Quanto maior é o aporte, mais rápido se alcança a IF, até porque seus gastos serão pequenos. Mas também não faz sentido se privar demais de gastos só pra ganhar 1 ou 2 anos a mais de independência financeira lá na frente, pois o caminho também é importante até que, e se, chegue lá.

A ideia é sempre manter um certo conforto e qualidade de vida enquanto caminha para a almejada independência financeira. Eu mesmo sempre falo do meu plano dos 1.000 dias, mas caso eu não dê conta de viver com menos do que custo de vida atual, terei que prorrogar por mais alguns anos a tão sonhada. A gente ainda chega lá...

Viggo